lundi 31 décembre 2007

caminhando para ... 2008


Dificuldades...




Eu sabia que iam surgir dificuldades .
Sempre que há uma transição, sempre que se muda um sistema, há inevitávelmente, dificuldades, mas eu achava que havia capacidade, determinação, coragem e fé suficientes para ultrapassar as dificuldades à medida que elas surgissem.

Quando ouço dizer “as pessoas não estão preparadas”, acho que isso é como dizer a uma pessoa que esta a tentar nadar “nao te atires para a água enquanto nao aprenderes a nadar”. Quando o que é verdade é que só aprendemos a nadar depois de nos atrirarmos à água.
É preciso dar as pessoas a opurtunidade de se desenvolverem e de se governarem a si próprias.

Lembro-me muitas vezes de uma frase de Nkrumah: "prefiro a autonomia com perigos à servidão com tranquilidade”. Acho que é uma grandre frase.”

Martin Luther King

A pestana do equador...



dimanche 30 décembre 2007

O que se pode pintar no rosto de um homem...




"...O que se pode pintar no rosto de um homem? A vida.
Quando não mais podemos chorar, falar, sorrir, resta-nos o que no homem sempre habitou, a arte, o pedaço que não foge ao olhar e ao silêncio.

A pintura empresta ao homem a palavra muda mas certa para dizer Já Basta., porque “a arte é eternamente livre” escreveu kandinsky.Já Basta! mostra que a pintura deve ser livre, servir os homens. Retractar a exuberância da alegria, da miséria. da tristeza , da beleza, dos números, do sonho.Mas é no sonho que reside esta pintura. No sonho do rosto que deve-se retractar, emprestar-se às fantasias do real, e medir na tela a liberdade do mundo.A cada traço percorre-se o limite do interior , a sensoriedade do dialogo entre o sonho e o real. E ai reside o homem do rosto, que lhe faltam olhos para contemplar-se a si próprio.Muitas vezes negamos a liberdade da pintura, talvez porque ela se retracta com retratos, e não com rostos..."

Chapa 100

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samedi 29 décembre 2007

E Deus criou a “arca de Zoé”…





Segundo o livro bíblico do Gênesis, a Arca de Noé foi a provisão pela qual os antepassados de toda a humanidade sobreviveram ao Dilúvio Bíblico.

Nesta quadra natalicia, que se quer de muito amor, muita paz, fraternidade e solidariedade, Deus reeditou a arca de noé, em francês, claro, “arche de Zoé” . Escolheu, assim, Deus, uma lingua prenhe de significaçoes, a lingua dos direitos do homem , lingua de Moliére, patrono da comédia francesa. A escolha de de Deus nao foi “por acaso”. Nao, nao. Deus, sabe sempre o que faz. E, quando, parece, que nao sabe, nao faz mal. Deus é Deus. Dizia eu, que Deus escolheu uma simpatica lingua romanica, língua justa e justiceira, e porque não desinteressadamente solidária, para nos questionar sobre o significado de “humanitario”.

Voilà, “humanitaire”, “humanitario”, essa grande palavra, dotada de bons sentimentos, embalando nos seus braços, todos os homens do planeta, tanto a norte como a sul. Por vezes, na falta de braços longos, muito longos, os abraços fragmentam-se, multiplicam-se, organizam-se e reorganizam-se, varios abraços, diversas acçoes - “acçao humanitaria” , “ajuda humanitaria” . Mas, a questão que se coloca, neste momento é a de saber em caso de diluvio, quem sao os priveligiados de Deus?




A acção humanitaria” é pura e desinteressada? Sera o “humanitario” um mundo de negociaçoes permanentes?


o embroglio diplomatico –humanitario protagonizado pela associação francesa “arche de Zoé” no Tchad, talvez, nos possa ajudar a reflectir sobre estas questoes. “Arche de Zoé” tinha por lema “agir, sem olhar a meios”. Método, hoje criticado, inclusivé, por outras ONG’s. A questao que se coloca é de saber se as criticas, neste momento, dirigidas, à “arche de Zoé”, são fruto de uma reflexão amadurecida, ou apenas a vontade salvarem a imagem de suas ONG’s?
Quem sao os priveligiados de Deus, afinal? Serao aqueles embarcados na arca? Ou serao aqueles que ficam em terra? de que Deus falamos nós?

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foto tirada daqui

mercredi 26 décembre 2007

dimanche 9 décembre 2007

"A politica , mesmo a mais generosa, não é um negocio de bons sentimentos"


o poder da imagem ...



Na sequencia do caso Ingrid Betancourd o Presidente da Republica Francesa Nicolas Sarkozy dirigiu no passado dia 3 de Dezembro uma mensagem ao Sr Manuel Marulanda, chefe das FARC.
É a primeira vez, que um presidente de um país, se dirige aos raptores sem passar pelos tradicionais canais diplomaticos, imbuidos do não menos tradicional secretismo.
Trata-se de facto da mundializaçao da imagem, o poder da imagem. Nos nossos dias tudo passa pela imagem. Os raptores de Ingrid Bettancourd compreenderam-no. Enviaram a prova de vida. Imagem chocante, capaz de exercer pressao sobre os dirigentes, atraves do jogo das emoçoes, obrigando-os assim a negociar, quebrando a velha maxima “nao negociamos com terroristas”. Sera esta uma forma de enfraquecer as intituiçoes democraciamente eleitas? Sera uma forma de enfraquecer a democracia?
Nicola Sarkozy, homem mediatico por excelencia, mestre da imagem, procede pela imagem, gosta de se dirigir às opiniões, e , entra no jogo, procede no mesmo esquema que os raptores de Ingrid Bettancourd, introduzindo as mensagens video e radio na negociação. Aparentemente, contorna a diplomacia secreta e dirige-se pela imagem às FARC. Nova era diplomatica ou apenas um show mediatico? Nao sei.
A resposta das FARC, nao se fez tardar. A propsição do presidente colombiano tambem não. Para quando a libertação de Ingrid e dos outros sequestrados? Para quando a resoluçao do conflito colombiano?

Delmas... quartier latin




Latin Moving,

um novo conceito, mistura varias danças latinas, num curso cardio, com aquecimento e alongamentos. O cartaz era chamativo. Decedi experimentar. O professor? Qual Hercules ! O deus dos “métayers”. Corpo musculado, sem um grama de gordura, as fibras arrumadinhas, seguiam uma geometria perfeita. Uf, pena que eu nao estude, medecina!
Esperei. Foram aparecendo as alunas , uma a uma, loiras, morenas, altas, baixas, magras e muito magras, corpos filiformes, prontos a entrarem na onda do “latin moving”.

O aquecimeto começou ao som de um tango doce, o ritmo foi aumentando, seguiu-se a salsa, aí aprendi que a menina que cruzei nas aulas de pump, dona de uma bundinha à Jennifer Lopes, é latina, pequenina, ondulava seu corpinho ao ritmo dos sons de sua terra, pela primeira vez vi-a sorrir! O que a musica nao faz! De repente, estico a orelha, pois o som é-me familiar, é, mal tive tempo de alinhar os bits no meu cerebro, quando oiço o professor gritar num sotaque bem francês, “cu duro”, os meus dentes, que estão invariavelmente à janela juntaram-se à dança, lá estavamos nós, rodopiando, ao som da musica angolana, classificada, lá, naquele momento, como musica latina, pouco importa... no que me concerne fez-me esquecer momentaneamente os bolinhos de arroz e o cheiro do peixe cru do meu trabalho, fez-me esquecer Mugabe e a sua cimeira... embarquei, “volontier” nesse “cu-duro moving” com sotaque francês.

No plano colectivo, as nacionalidades, as classes sociais, as raças, moldaram-se aos fatos pretos que guardavam os corpos, cada um com sua historia, requebrando-se todos aos sons dessa Angola, tao longe e tao perto...

Particularmente ja tinha atravessado a fronteira, deixei a Lisboa mestiça e ja me passeava na marginal 4 de Fevereiro ao som do carnaval da vitoria, quando o som torna-se “morabezamente” doce, meus sonhos reais, interrompidos pela voz caliente del professor, (incitando-nos a baixar o ritmo), e pela calida morna caboverdiana, trop bon, para ser verdade...não sei porquê essa musica transporta-me para as “roças” em Sao Tomé e Principe, estranho! Enfim, assim fui eu balançando, viajando, numa sexta- feira, 7 de Dezembro, ao som das musicas ditas latinas, neste mundo, afinal, tão singular... :-)

mardi 4 décembre 2007


O trafico de influencias constitui o pão quotidiano do poder

in Verbatin III (1988- 1991),
Jacques Attali


dimanche 2 décembre 2007

amor esse sentimento estranho...


Particularmente travei conhecimento com o blog de clandestino aqui , uma série sobre Erotismo bloguista em Moçambique. Visito-o, por vezes. Acho-o interessante, mais que um simples blog erotico. Clandestino, com seu jeito particular, aborda de forma simples, as relaçoes entre ambos os sexos e as normas sociais que o formatam. Expõe sem complexos os interditos em materia de sexo. Expõe-se, Expõe-nos... o outro lado de nós mesmos... ou um dos nossos muitos lados... No meio da complexidade de seu blog, clandestino revela-se, um homem sensivel e preocupado, com o futuro do seu pais, com a terra que deve restituir a seu filho, um pai protector, um amante, um amigo, um companheiro cumplice...enfin Clandestino em minha opiniao, (saibam que ninguém ma pediu) nao é Clandestino. Clandestino é (des) clan (destino) - um HOMEM que assume o seu destino, a partir das relaçoes que tornan possiveis a sua (nossa) existencia. Clandestino escreve sobre o “clan” (clã) "envergonhado" de nossa sociedade . Lugar silenciado, silencioso, calado. Lugar onde a historia da vida segue a sua propria existencia, estrada longa, sinuosa, ondulante, rumo à perpetuidade, reproductibilidade, perene reproduçao... Lá onde onde os sentimentos e os corpos se cruzam, lá, quiçá, no "centro da vida"... lá onde se produz vida, vida na sociedade, vida da sociedade... Clandestino assume, de forma simples, a extraordinaria diversidade, que habita em todos nós, alimentando a mais alta ambição humana, "celui de plaire à l'autre pour se plaire à soi-même. Celui d'aimer pour être aimé".

Amores: Historias das relaçoes entre os homens e as mulheres


Amours : Histoires des relations entre les hommes et les femmes

Jacques Attali et Stéphanie Bonvicini