Inconformismo
Contemplando a criançada atirada aos caminhos
Encostada ao burgo onde moro
Acenando aos carros circulando pelas estradas poeirentas
Ouvindo as noticias chegadas pela radio
Doutros mundos distantes
De pugnas, lutas, invenções
Do progresso da vida no mundo da ciência
Das artes, das letras, da conquista do cosmos
Da ânsia de resolver os problemas do planeta
Sentimos a inutilidade das mesquinhices do dia-a-dia
Dos complexos criados pelas nossas futilidades
E analizando a vida vazia
Um clima de angustia se levanta sobre as nossas cabeças
Gritando a nossa inercia permanente
Condensada em lugares comuns latentes.
E não levantamos palha do nosso conforto
Para nos debruçarmos sobre o homem da rua
Número zero das nossas realidades.
É mais cómoda a esmola atirada ao palheiro
É mais fácil olhar de cima.
Não interessa descer as escadas da casa grande
Para não sentirmos a sensibilidade retalhada pela incompreensão
Pois o cruzar das mãos é um gesto, e um gesto é acção.
Nao interessa criar atritos
Tomar posiçoes, pedir
Pedir é humano, é mostar as agruras dum grupo.
É estragar a verdura das nossas lindas matas
Tirar a harmonia dum oasis
Obrigando meia dúzia de responsáveis
A erguerem de bem alto o seu olhar cansado
Sobre os escolhos onde existem ilhas escondidas.
Não, não levantemos a mascara.
É tudo cinemaescope.
Construir pousadas humanas nos nossos morros
É romper o muro.
E romper o muro é destruir.
Destruir as belas telas de um éden
É um crime sem perdão.
É um crime impune
(...)
Contemplando a criançada atirada aos caminhos
Encostada ao burgo onde moro
Acenando aos carros circulando pelas estradas poeirentas
Ouvindo as noticias chegadas pela radio
Doutros mundos distantes
De pugnas, lutas, invenções
Do progresso da vida no mundo da ciência
Das artes, das letras, da conquista do cosmos
Da ânsia de resolver os problemas do planeta
Sentimos a inutilidade das mesquinhices do dia-a-dia
Dos complexos criados pelas nossas futilidades
E analizando a vida vazia
Um clima de angustia se levanta sobre as nossas cabeças
Gritando a nossa inercia permanente
Condensada em lugares comuns latentes.
E não levantamos palha do nosso conforto
Para nos debruçarmos sobre o homem da rua
Número zero das nossas realidades.
É mais cómoda a esmola atirada ao palheiro
É mais fácil olhar de cima.
Não interessa descer as escadas da casa grande
Para não sentirmos a sensibilidade retalhada pela incompreensão
Pois o cruzar das mãos é um gesto, e um gesto é acção.
Nao interessa criar atritos
Tomar posiçoes, pedir
Pedir é humano, é mostar as agruras dum grupo.
É estragar a verdura das nossas lindas matas
Tirar a harmonia dum oasis
Obrigando meia dúzia de responsáveis
A erguerem de bem alto o seu olhar cansado
Sobre os escolhos onde existem ilhas escondidas.
Não, não levantemos a mascara.
É tudo cinemaescope.
Construir pousadas humanas nos nossos morros
É romper o muro.
E romper o muro é destruir.
Destruir as belas telas de um éden
É um crime sem perdão.
É um crime impune
(...)
Alda Espirito Santo
In O coral das ilhas
UNEAS, Abril 2006
4 commentaires:
Aprofundei minha navegação aqui por teu delicioso recanto. Constatei aquilo que inicialmente tinha entrevisto.
O ecletismo do blogue é para mim seguramente a sua mais valia. Capacidade de falar, alertar, sobre os vários caminhos que A VIda nos oferece ( histoires de femmes,e outros que indica)são exemplo disso. Precisamos de mentes que se preocupem com o todo (Como fazes) e não somémte centradas e dentro dos seus egocasulos.
Tens aqui um leitor...
Xaxuaxo
mto. origado Kimdamagna, é mta gentileza sua :) sera sempre bem-vindo.
é so para dizer-lhe que estas duas imagens são de STP. em baixo deve ter recobhecido a famosa rosa de porcelana...
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