dimanche 9 décembre 2007



Latin Moving,

um novo conceito, mistura varias danças latinas, num curso cardio, com aquecimento e alongamentos. O cartaz era chamativo. Decedi experimentar. O professor? Qual Hercules ! O deus dos “métayers”. Corpo musculado, sem um grama de gordura, as fibras arrumadinhas, seguiam uma geometria perfeita. Uf, pena que eu nao estude, medecina!
Esperei. Foram aparecendo as alunas , uma a uma, loiras, morenas, altas, baixas, magras e muito magras, corpos filiformes, prontos a entrarem na onda do “latin moving”.

O aquecimeto começou ao som de um tango doce, o ritmo foi aumentando, seguiu-se a salsa, aí aprendi que a menina que cruzei nas aulas de pump, dona de uma bundinha à Jennifer Lopes, é latina, pequenina, ondulava seu corpinho ao ritmo dos sons de sua terra, pela primeira vez vi-a sorrir! O que a musica nao faz! De repente, estico a orelha, pois o som é-me familiar, é, mal tive tempo de alinhar os bits no meu cerebro, quando oiço o professor gritar num sotaque bem francês, “cu duro”, os meus dentes, que estão invariavelmente à janela juntaram-se à dança, lá estavamos nós, rodopiando, ao som da musica angolana, classificada, lá, naquele momento, como musica latina, pouco importa... no que me concerne fez-me esquecer momentaneamente os bolinhos de arroz e o cheiro do peixe cru do meu trabalho, fez-me esquecer Mugabe e a sua cimeira... embarquei, “volontier” nesse “cu-duro moving” com sotaque francês.

No plano colectivo, as nacionalidades, as classes sociais, as raças, moldaram-se aos fatos pretos que guardavam os corpos, cada um com sua historia, requebrando-se todos aos sons dessa Angola, tao longe e tao perto...

Particularmente ja tinha atravessado a fronteira, deixei a Lisboa mestiça e ja me passeava na marginal 4 de Fevereiro ao som do carnaval da vitoria, quando o som torna-se “morabezamente” doce, meus sonhos reais, interrompidos pela voz caliente del professor, (incitando-nos a baixar o ritmo), e pela calida morna caboverdiana, trop bon, para ser verdade...não sei porquê essa musica transporta-me para as “roças” em Sao Tomé e Principe, estranho! Enfim, assim fui eu balançando, viajando, numa sexta- feira, 7 de Dezembro, ao som das musicas ditas latinas, neste mundo, afinal, tão singular... :-)

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