A noticia que reproduzo aqui extrai-a do yahoogroupes de STP. Por favor leiam-na com muita atençao. farei o meu comentario mais tarde.
Caminhu Longi
São Tomé e Príncipe: Ex-serviçais cabo-verdianos sentem-se "abandonados" e apenas esperam "pela morte"Lisboa, 14 Set (Lusa) -
Os antigos trabalhadores cabo-verdianosdas roças em São Tomé e Príncipe na época colonial sentem-sehoje "abandonados" e "desonrados" por nada terem, estando muitosapenas "à espera da morte", segundo um livro a publicar quarta-feira."Nós estamos à espera, aqui em São Tomé, da morte, mais nada,cada um de nós está à espera do nosso dia", referiu um imigrante cabo-verdiano em São Tomé ao autor do livro "O fim do caminhu longi", oinvestigador português Augusto Nascimento.Ao longo de 144 páginas, o investigador do Instituto deInvestigação Cientifica Tropical, em Lisboa, retrata o quotidiano e avida de "miséria" dos milhares de cabo-verdianos que na épocacolonial trabalhavam nas roças para os portugueses.Em declarações à Agência Lusa, Augusto Nascimento disse que nãohá dados sobre o número de imigrantes cabo-verdianos em São Tomé, masestima-se que rondem os 10 mil, incluindo os descendentes."Vivem em condições de miséria, no mato e em antigas roças, queestão degradas", salientou, adiantando que os mais velhos "jádesistiram de trabalhar" e os descendentes chegam a frequentar aescola, mas também "não conseguem sair da pobreza"."A pobreza é de tal ordem que explanam considerações acerca deserem, ou não, criaturas de Deus, pois têm de comer banana com bichoque está no mato ou búzios, que procuram para ver se conseguem algumalimento. Na melhor das hipóteses, aspirarão a adquirir uma pouco demanteiga para enganar o pão", escreve o autor do livro.Na publicação, Augusto Nascimento aborda ainda o contextohistórico, político e social em que os ex-trabalhadores cabo-verdianos vieram para as roças e a sua trajectória de empobrecimentoapós a independência do país, em 1975."Na altura da independência, os ex-serviçais acreditaram naspromessas dos são-tomenses e optaram por ficar em São Tomé", disse,sublinhando que "fizeram um mau cálculo político sobre o futuro dopaís".Augusto Nascimento referiu ainda que as condições de vida destaspessoas se foram degradando, tornando-se assim difícil o regresso aCabo Verde.Os últimos "gabões", como são conhecidos os ex-serviçais em SãoTomé, chegaram ao país em 1970."O Fim do Caminhu Longi", que resulta de recolhas efectuadas aolongo de vários anos em São Tomé e Príncipe, vai ser apresentadoquarta-feira na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, e publicado napróxima semana.Na visita que efectuou em Agosto a São Tomé e Príncipe, oprimeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, anunciou aintenção dos governos dos dois países iniciarem um diálogo tripartidocom Portugal para conseguir apoio para os antigos trabalhadores dasroças.CMP.Lusa/Fim
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