O cacau, esse grande viajador ...
A primeira classificação de cacau foi feita em 1753 quando Lineu, deu o nome de Theobroma cacau (comida dos Deuses) à arvore do cacau. Contudo este não foi o primeiro nome latino. Em 1626, Petrus Martyr Anglerius chamou ao cacau Amygdaloe pecuniarioe, e era usado como moeda pelos indios.
O cacaueiro, Theobroma Cacau L, pertence à família das Sterculiáceae. É originário de América Sul, possivelmente dos vales dos rios Orenoco e Amazona, onde se encontra em estado espontâneo.
A planta foi levada para fora da área de dispersão em tempos muito antigos. Era já cultivada pelos Aztecas e Mayas quando os Espanhóis chegaram à América Central, em principio do Século XVI.Funcionava na região como moeda corrente entre as populações Mayas e Aztecas.Supõem-se que teria sido inicialmente utilizado pela polpa açucarada e a partir da qual preparariam uma bebida adocicada.
É só no século XIX que a planta é trazida para África. Quando já fazia furor nas cortes europeias, desde 1585 época em que chegou a Sevilha o primeiro carregamento oficial proveniente de terras de Vera Cruz.
José Ferreira Gomes trouxe o Cacaueiro do Brasil para a ilha do Príncipe como planta ornamental em 1822 e nessas condições se manteve durante muitos anos. Daí é levada para a ilha de São Tomé e Fernão do Pó, donde um índigena de nome Tetteh Quarshie terá levado uma planta para terra firme de África (antiga Costa do Ouro) em 1879.
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Apesar de ter viajado tanto, o Thebroma cacau continua a dar os seus frutos no sul, fiel ao clima tropical e quiça à pobreza...
é a partir desta plantinha, viajadora que se fazem os chocolates... a transformação do seu caracter começa a ser feito a sul, onde inumeras trasnformaçoes tecnologicas lhe conferem o nome de "favas de cacau", normas internacionais continuam a formatar a sua identidade: assim vamos ter cacau de primeira e extra, digamos as elites do cacau, aqueles que fazem as delicias dos grandes chocolateiros, aqueles que viajam em primeira classe. Viajam para norte, onde, continuam as transformaçoes tecnologicas, as "favas de cacau" passam a ser requintadas delicias para a boca - os chocolates - finamente aromarizados com o perfume de outras plantinhas viajadoras, como a baunilha, por exemplo... longo processo de integração, num contexto social, tão diferente dos vales do Orenoco e do Amazonas... ainda assim, o chocolate teima em guardar as suas origens, impondo, altivo, o seu nome latino - Theobroma cacao ...
Ironia do destino, os melhores chocolates do mundo, estao, hoje, expostos no salão do chocolate em Paris. Neste salão, o chocolate, espelho, da confluencia das multiplas identidadeas do teobroma, brilha, pelo seu sabor, estetica, origem geografica... Varios são os paises que se fazem representar, sob a batuta, desta plantinha, viajadora, originaria da America latina... STP esta presente. O representatnte de STP tem residencia em Marseille...
STP ja foi no longinquo sec XIX primeiro produtor mundial de cacau. Ja foi um pais essencialmente agricola, cuja economia dependia sobretudo do cacau, café e copra... Hoje, vive de esperanças, esperanças que um dia o petróleo jorre... e volte a irrigar, os solos, ja ferteis, das ilhas do meio do mundo ...
2 commentaires:
Só podia ser o cacau. Deixamos as roças definharem e a consequência é essa. Apesar da questão da colonização, os peortugueses, ao menos, conseguíam que os nossos antepassados quebrassem recordes nas safras. O importa perguntar é o que terá acontecido para que os níveis de produção baixassem após a independência? Que condições estruturais existiam na altura e existem agora para que tenhamos essa queda dos níveis de produção?
Ola Bayano. mto obrigado pelo comentario.pertinente. Questoes e mais questoes.boas, mto boas. alias, é interessante a forma como o Bayano as coloca:
(a)espacias!!!i.é as mesmas questoes poderiam ser colocadas tanto para quebra de produçao agricola em Moçambique como em STP...
A parte algumas particularidades contextuais, as respostas nao seriam semelhantes? Questao. Quiçá, un jour, possamos, reflectir ensemble e tirar isto a limpo... afinal, se calhar, não somos assim tão diferentes...
:-)
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