lundi 15 octobre 2007

"coup de cœur"


Ela vai aos tratamentos de quimioterapia de saltos altos, elegeu por companheiro o seu baton vermelho, ela discute com as suas celulas malignas... ela é Marisa Acocella Marcheto, ela conta o seu cancro na mama em banda desenhada (BD) “29 seringas, 9kilos a mais, 15 manipuladores de radio, 11 assistentes medicos, 9 enfermeiras , 8 medicos, 1 factura de 140 000 euros, 2 rabinos e 1 padre". “Cancer and the city” é a batalha de uma mulher, Marisa, contra o cancro.
O que me encanta neste livro é a energia e imaginaçao de Marisa, é a desmistificaçao em torno desta doença, afinal tão frequente nos nossos dias.
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Porque, ainda, é esta doença um tabu? Qual é o impacto de tal doença na vida social de uma mulher? Esta a sociedade preparada para lidar com tal doença? Porque é que nesse momento onde a mulher precisa de ser suportada para vencer, os fantasmas negros que pairam sobre sua propria cabeça, é, normalmente, excluida ? silencio. Sera que no meio, dos intelectuais africanos a reacção é diferente? e nossos companheiros, nossos colegas africanos, as nossas colegas africans, na academia como reagem? Como reagem quando uma colega atingida por essa fatalidade não pode cumprir prazos para publicação, estar presente nos congressos? Em que lugar coloca-la? no lugar de vitima? preguiçosa? agressiva? indelicada?
Porque o cancro ainda é um tabu? a palavra tabu, noa sera ela mesma um cancro?
Perguntas de mulheres... ha coisas mais importantes com que nos preocuparmos, para a construçao de nossas sociedades... homem que é homem ocupa-se de politica. uma sociedade, nao se constroi com emoções, nem com desculpas...
e depois , o que importa a morte de uma mulher, se ela nao é, minha mae, minha filha, minha esposa, minha irma, minha filha, minha cunhada...minha...minha...
... e depois, sera que uma mulher sem um seio...ainda é mulher?

2 commentaires:

Bayano Valy a dit…

Perguntas interessantes. É preciso olharmos bem para as nossas sociedades e vermos que transformações estão a ocorrer. Amiúde fala-se muito de sociedades pós-modernas e que têm várias características distintas de sociedades modernas ou, se quisermos, pré-modernas como muitas africanas. Mais centrando-nos nas pós-modernas podíamos perguntar se as mentes evoluíram com o tempo? E se não, porquê é que ganham emblemas de pós-modernas se parte da sociedade é aínda tratada como se estivéssemos na idade média? Enfim, pequenas questões

Aguiar a dit…

Enfim caro Bayano, em minha opiniao, nao existem pequenas questoes. e é justamente nas pequenas coisas da vida que vamos buscar respostas, ou se quiser perguntas para tentar compreender as dinamicas de transformaçao.

Qto a mim, o Bayno coloca uma questao deveras importante,a saber, se acompanhamos, de facto, nos os homens, as transformaçoes sociais, politicas e economicas que vaticinamos? As transformaçoes de praticas objectivas, sao acompanhads de transformaçoes objectivas, enfim mudamos de facto nos homens, ou independentemente do avanço da ciencia e da tecnologia por exemplo, continuamos a pensar com a "cabeça do seculo passado", i.é na logica do "sempre foi assim"? Mto interessante.